De boia-fria a gestor, conheça a história do Reginaldo Melo

Pouca gente sabe, mas muito antes de ocupar o cargo de gestor do setor de Aéreo da FRT, o Reginaldo Melo já “ralava” bastante nessa vida, desde a infância que viveu na pequena e gelada cidade de Santa Cecília, localizada na serra catarinense.

Cresceu em uma casa humilde, sem acesso à energia elétrica ou água encanada. Por isso, as caminhadas com baldes eram diárias na busca por água nos poços dos vizinhos e os banhos improvisados com latas de alumínio. “Meu pai furava as latinhas como se fosse um chuveiro para que a água pudesse render um pouco mais”, recorda.

Apesar de nunca faltar arroz e feijão em casa, Regi começou a trabalhar logo aos 12 anos para ter seu próprio dinheiro e ajudar nos custos familiares, sem deixar de lado os estudos. Acordava todos os dias às 4h para as 5h começar a descascar centenas cabeças de alho em uma exportadora. Isso seguia até ás 11h30, quando voltava para almoçar e ir para a escola. “Para não sujar o calçado andava uns quatro quarteirões montado em umas latas daquelas tipo de circo”.

Depois de um tempo, a empresa passou também a selecionar batata. O próximo desafio foi de colher maçãs durante um período de férias escolares, em Fraiburgo (SC), que ficava 70 quilômetros distante de onde morava. Por causa da viagem, o despertador passou a tocar ainda mais cedo. “Acordava às 3h30 e chegava lá por volta das 5h30”. E o pior de tudo é que o primeiro salário nem chegou a receber. “Pedi para um amigo e ele gastou todo o dinheiro”.

Na adolescência ainda trabalhou na lavoura de feijão, foi vendedor de pipoca, engraxate de sapatos e vendedor de picolés. “Uma vez tomei um golpe e tive que vender um mês sem receber”. Frustrado, ainda trabalhou em uma serraria antes da sua grande mudança de chave, quando se mudou para Curitiba com 16 anos para morar com a avó e mais dois irmãos. “Eu queria fazer outras coisas e como sempre viajava pra lá imaginava um futuro melhor”.

Do campo para a cidade

Na capital, o primeiro emprego foi na antiga Soletur, que chegou a ser uma das maiores operadoras de turismo da América Latina. “Meu irmão era supervisor e me ajudou a ser contratado como guia de solo no aeroporto”. A função era ajudar no pré-embarque dos passageiros, pegar as malas, conferir os vouchers e dar uma atenção especial principalmente aos passageiros mais velhos.

Com a quebra da Soletur, foi em busca de alternativas de emprego. Chegou a ter a oportunidade de ser porteiro de condomínio, mas a sua vocação estava mesmo relacionada ao turismo, atuando na Seltur, em uma representação da KLM, BRT, GAP e New Line antes de fazer parte do Time FRT em 2015, primeiro na filial de Curitiba e depois na Matriz, em Foz do Iguaçu.

“As pessoas se emocionam porque não viveram a sua vida, porque para você é só mais uma história. Se você não quer se emocionar com a vida dos outros, faça a sua própria história”.

Boa, Regi! Parabéns pela linda história!